emily dickinson

Uma palavra morre Pois eu digo
Quando é dita Que ela nasce
— Dir-se-ia Nesse dia.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

metade - adriana calcanhoto

"estou em milhares de cacos, eu estou ao meio. onde será que você está agora?"

eu só queria confiar plenamente no seu amor por mim. eu queria estar livre das dúvidas e dos pensamentos ruins que habitam minha mente nesse momento. porque a vida tem que ser tão difícil sempre? porque você não podia morar aqui do meu lado? porque cargas d'agua você não é meu vizinho? [e] às vezes eu vejo você na rua (e isso é mesmo tão patético quanto soou). mas quando eu me viro, obviamente, não é você mesmo. eu queria ter você aqui perto, sabe? eu daria tudo pra poder te abraçar pelo menos uma vez. e eu não sei o motivo de ter começado a falar disso. acho que eu to desabafando... e eu não tenho coragem de desabafar pra você, pq eu me sinto patética, desculpa. er, cambio desligo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

i heart you.

eram quase duas da manha, e ela estava sentada na sala segurando o notebook no colo. estava na mesma posição há horas, quase não sentia mais as pernas. tinha nos olhos as lágrimas de frustração tão típica dos apaixonados tristes. mais um dia sem falar com ele, sem notícias, sem nada. como eram vazios os dias sem ele pra jogar conversa fora... como eram vazios todos os dias ultimamente. talvez ele esteja se divertindo muito pra perder tempo e ir falar com ela. talvez ela seja muito credula e nada do que ele disse faça realmente sentido. talvez essa seja aquela maldita hora em que tudo acaba. e não acaba bem, porque como um amor pode terminar bem? o final é a morte. é a morte do 'nós dois', é a morte do mundo como a gente conhecia antes, é a morte de uma parte de nós mesmos. e nenhuma morte é feliz ou boa. e, céus, ela não queria morrer. não mesmo. ):

quinta-feira, 23 de julho de 2009

i heart you.

ela se jogou na cama e olhou fixamente pro teto. tentava tirar a imagem dele da sua cabeça, mas por mais esforço que fizesse, ele era tudo que existia na mente dela. ele estava presente em cada lembrança, em casa pensamento, em tudo. o branco do teto a lembrava ele. o vento soprando de leve na sua perna lembrava ele. ela estava marcada pro resto da sua vida, e achava que tudo em que pensasse desde o dia em que o conheceu teria a ver com ele. e ela odiava isso com todas as forças do seu ser. [e]

segunda-feira, 20 de julho de 2009

é.

Quero que todos os dias do ano, todos os dias da vida, de meia em meia hora, de 5 em 5 minutos, me digas: Eu te amo. Ouvindo-te dizer "eu te amo" creio, no momento, que sou amada. No momento anterior e no seguinte, como sabê-lo? Quero que me repitas até a exaustão, que me amas que me amas que me amas. Do contrário evapora-se a amação, pois ao não dizer: Eu te amo, desmentes, apagas teu amor por mim. Exijo de ti o perene comunicado. Não exijo senão isto, isto sempre, isto cada vez mais. Quero ser amada por e em tua palavra, nem sei de outra maneira a não ser esta, de reconhecer o dom amoroso, a perfeita maneira de saber-se amado: amor na raiz da palavra e na sua emissão, amor, saltando da língua nacional, amor, feito som, vibração espacial. No momento em que não me dizes: Eu te amo, inexoravelmente sei, que deixaste de amar-me, que nunca me amastes antes. Se não me disseres urgente repetido: Eu te amoamoamoamoamo, verdade fulminante que acabas de desentranhar, eu me precipito no caos, essa coleção de objetos de não-amor. Carlos Drummond de Andrade