emily dickinson

Uma palavra morre Pois eu digo
Quando é dita Que ela nasce
— Dir-se-ia Nesse dia.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

nowadays - roxie and velma (chicago)

"you can like the life you're living, you can live the life you like. you can even marry Harry but mess around with Ike. and that's good, isn't it? grand, isn't it? great, isn't it? swell, isn't it? fun, isn't it? but nothing stays. in fifty years or so, it's gonna change, you know. but, oh, it's heaven nowadays."



a gente sobe lá no alto e encosta no céu sempre sabendo que a queda será o próximo passo. a gente dá cada passo inseguro de inicinho pensando "vou cair, vou cair", mas depois a gente esquece, fica confiante, arrisca uns pulinhos, faz graça e esquece da queda. mas ela chega, e então é uma surpresa tão grande que nem parece que tínhamos conhecimento prévio quando assinamos o contrato e mudamos o status no site de relacionamento idiota. e depois? não tinha nada escrito em letras miúdas no verso da folha, não tinha uma cama elástica esperando para amparar nosso tombo. só tinha o chão. duro, firme e frio, esfregando bem na sua cara que ele já sabia disso desde o começo e que não tem porque teimar com as forças indiscutíveis da gravidade. e só o tombo já dói, então porque cargas d'água a vida tem que piorar tudo? só de ter subido, só de ter caído, só de ter amado e depois perdido já machuca, mas saber que era mentira o tempo todo, é pior do que cair abrindo um buraco no chão e só parar quando encostar no pé do capeta. não era amor, nunca foi. não era nem um gostar disfarçado, nem um querer inexplicável, não era nada. não poderia ser nada. foi a falta de confiança no próprio taco, um "ah, ela nem vai gostar de mim de verdade". mentira. desde o início até o término. incluindo no meio do caminho os "eu te amo" e as palavras lindas e mal digitadas que me fizeram chorar. e eu me arrependo. de todas as vezes que meu coração derreteu com suas mensagens, de todas as vezes que eu fiquei ansiosa com a possibilidade de te ver, de todos os sonhos que eu tive, de toda a culpa por coisas que eu não precisava me culpar, de toda a ilusão que você me fez criar. me arrependo dos dois anos em que eu contruí minha vida ao seu redor, porque agora que você foi embora eu não tenho nada. só as lembranças ruins, esse amargo na boca, os pedaços pávidos do meu coração e essa depressão que não passou e nem vai passar. porque você ta feliz, ta gay, ta vivendo. e eu odeio cada pedaço inútil dessa sua cara de filho da puta que acha que é o centro do mundo e não se importa em usar as pessoas, e eu realmente espero te encontrar com toda a sua ignorancia do que está acontecendo comigo qualquer dia desses, porque então eu provavelmente irei vomitar minhas palavras (que eu não ousei digitar aqui por ter um pouquinho de respeito a quem vai ler isso - ou não) em você e a partir daí, eu é que vou viver.

domingo, 13 de junho de 2010

não vou me adaptar - nando reis


"eu não caibo mais nas roupas que eu cabia, eu não encho mais a casa de alegria. os anos se passaram enquanto eu dormia, e quem eu queria bem me esquecia. será que eu falei o que ninguém ouvia? será que eu escutei o que ninguém dizia? eu não vou me adaptar! não vou me adaptar!"

eu reparei que tenho um enorme complexo com gays. de verdade. eu sempre me apaixono por eles e acho lindos e quero pra mim. deve ser por causa do meu eterno carma de desgostar de quem gosta de mim, da minha mania de achar que se alguém gosta de mim e me aceita estranha como eu sei que sou, essa pessoa só pode ser louca e com tendências psicóticas. e eu estou sempre buscando o impossível e inalcançável, querendo quem não me quer e sofrendo por isso. mas o problema é que eu gosto. de sofrer, chorar, me descabelar por um cara que não está nem aí se eu estou viva ou morta. puta masoquista problemática que sou, eu sei, eu sei... então eu sempre gosto desses caras gays, sem perceber que eles são gays. e eu tenho um histórico de cinco anos disso, então não são acontecimentos esporádicos de uma mulher se interessar por um cara gay de vez em quando, que é super normal. porque primeiramente eu não percebo a homosexualidade deles e só enxergo isso quando já é muito tarde e meu coração está apertado de sentimentos idiotas. e eu nem mesmo tenho uma conclusão pra esse post, só queria escrever isso pra tornar meu problema real e ver se dou um jeito de parar com isso. porque se apaixonar por caras gays é definitivamente a coisa mais deprimente da minha existência. câmbio, desligo.