emily dickinson

Uma palavra morre Pois eu digo
Quando é dita Que ela nasce
— Dir-se-ia Nesse dia.

domingo, 7 de outubro de 2012

felicidade - marcelo jeneci


Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz. Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis. Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser. Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar. Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz. Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais. Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você. Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem. Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você. Chorar, sorrir também e dançar. Dançar na chuva quando a chuva vem. 


Me pego pensando na razão de continuar tentando escrever. Comecei com essa mania ainda cedo, quando a vida ainda poderia ser boa. Vontade de voltar: não, menina boba! Larga desse caderno e vai correr com seus amiguinhos, vai nadar com seus primos, vai brincar de boneca, de carrinho ou seja lá do que as pessoas normais brincam! Aproveita que ainda da tempo de não gostar de ler, de não inventar essas histórias na sua cabeça, de não achar que um lápis e um pedaço de papel são muito mais legais do que qualquer pessoa falsa que tem por aí. Mas nunca deu certo - nem minha viagem no tempo nem meus esforços pra escrever bem. Acho tudo vazio, falso, bobo, sentimental. Feelings are chaos. E é tudo assim, caótico e torto. Não ta dando certo, não ta funcionando pra mim. Ver minha vida exposta, meu coração espalhado pelas páginas desse blog... dói. Dói ser sozinha, dói ser amarga, dói ser triste e dói saber que tudo isso é em vão. Qual o sentido de todas essas linhas? Qual a utilidade de todas essas palavras? Nada aqui me traz conforto e nem confrontos, mas eu continuo...



(só pra constar para meus leitores imaginários que esse texto é de abril, quando eu continuava insistindo mais ou menos em escrever)