emily dickinson

Uma palavra morre Pois eu digo
Quando é dita Que ela nasce
— Dir-se-ia Nesse dia.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

dois barcos - los hermanos


quem bater primeira dobra do mar dá de lá bandeira qualquer, aponta pra fé e rema. é, pode ser que a maré não vire, pode ser do vento vir contra o cais, e se já não sinto teus sinais, pode ser da vida acostumar. será, morena? sobre estar só eu sei, nos mares por onde andei devagar dedicou-se mais a acaso a se esconder, e agora o amanhã, cadê? doce o mar, perdeu no meu cantar.



autodestrutiva. tudo junto agora, pra me adequar às regras do meu bom português do qual eu não abro mão mesmo no fundo do poço, apesar de abrir mão das letras maiúsculas, porque maiúscula na minha vida é só minha vontade inexplicável de afastar tudo de bom que eu consigo obter. dá um medo, sabe? um medo irracional da decepção iminente, porque não há como não se decepcionar comigo, um medo do abandono já tão conhecido, caso patológico mesmo, medo de me machucar. então eu acabo machucando os outros. autodestrutiva, medrosa e neurótica. é, eu sou sinônimo de problemas, mas não me deixa. não desiste de mim sem nem dar tempo da gente começar. eu tenho mania de adiantar as coisas e visualizar o futuro sem me empenhar em construir o presente, mas eu to tentando, eu acredito no nosso potencial. eu precisava de alguém assim já tem um tempo. não, risca isso, eu precisava de você já tem um tempo. ah, e eu gosto de deixar os finais em aberto, meio sem final, passível de interpretações pessoais do leitor, influência do Haneke, sabe? não, na verdade eu só não gosto de finais, de encerrar, de conclusão, de falar pronto, está acabado. então por favor, não me deixar acabar com a gente antes mesmo de nos tornarmos a gente, ta?

Um comentário:

  1. Você escreve muito bem. E não sei se é correto dizer, mas.. você faz até a tristeza ser bela. -JK-

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