emily dickinson

Uma palavra morre Pois eu digo
Quando é dita Que ela nasce
— Dir-se-ia Nesse dia.

terça-feira, 23 de março de 2010

textos inacabados - parte I

"Depuis qu'on est ensemble tu es mon seul amour. Et j'ai trop de faiblesse pour te quitter. Bonjour tristesse"



o amor é lindo. é excitante, revigorante, novo, velho, bom, gostoso, inebriante, tudo. e então acaba. acaba o amor. acabam as brigas com final feliz e os apelidinhos. acabam os risos e as lágrimas. e fica a tristeza. e permanece o vazio. o vácuo eterno do fim, do não vai ter mais, pare de esperar que ele não tem continuação, idiota. então você levanta de manhã e o dia não parece nem preto nem branco, nem bom nem ruim, porque é só mais outro dia. e as horas não passam nem rápido nem devagar, porque você não tem o que esperar, não tem pra quem correr, o tempo só passa. e as conversas são só conversas, porque você não tem pra quem contar aquela piada sem graça que te fez rir tanto nem aquele caso triste que partiu seu coraçãozinho de manteiga derretida. nada tem graça, mas nada é sem graça. são apenas coisas, pessoas, lugares, horas, dias, conversas, vida. é nada. é o vácuo eterno do fim e do eu não sei mais o que fazer da minha vida sem você. porque eu sou a droga de um vírus, um nada acelular que precisa de outra vida para ter vida, para ser vida.

Um comentário:

  1. seus textos são lindos, me fazem chorar, e pode acreditar isso nao é ruim, é ótimo; nao há nada melhor do que colocar as mágoas pra fora e falar pra si mesmo ( mesmo que seja mentira ) eu superei !

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